Abril é mês de conscientização sobre o autismo

Confira as perguntas e respostas que o IPS separou sobre o tema

Abril é mês de conscientização sobre o autismo


Texto: Daniel Vargas - Foto: Divulgação

Muitas dúvidas envolvem a síndrome autismo, desde o desenvolvimento físico dos autistas até a idéia errônea e preconceituosa da crença na incapacidade ou existência de um padrão corporal ou neurológico que dite a participação ou não dessas pessoas nas atividades sociais.

Para evitar esses tipos de pensamentos e comportamentos, o Instituto de Previdência dos Servidores da Serra (IPS) separou algumas perguntas e respostas para este mês, o qual foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (Onu) para conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (Tea).

O material a seguir é fruto de uma parceria da médica perita Raquel Pires de Mesquita com o Departamento de Previdência (Deprev). Aproveite a leitura e compartilhe com seus conhecidos.

O que é o autismo? Ele atinge mais algum público específico?

Trata-se de um distúrbio neurológico identificado, geralmente, na infância, entre 1 e 3 anos de idade. O distúrbio pode causar dificuldades na comunicação e prejudicar a capacidade de aprendizado e adaptação das pessoas que o possuem, influenciando ainda em suas relações sociais ou afetivas. O autismo atinge mais os homens, em uma proporção de 4:1, ou seja, a cada quatro homens, uma mulher possui. Também, por essa razão, a cor escolhida para o mês foi o azul, já que é aceita por grande parte da sociedade como sendo representativa do público masculino.

O autismo é comum?

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ocorre um caso a cada 160 nascimentos. No Brasil, estima-se que existam, aproximadamente, 2 milhões de autistas.

É verdade que os autistas possuem deficiência intelectual?

Não, é mito e um preconceito a ser combatido. Primeiramente, é necessário entender que a deficiência intelectual acomete o raciocínio e a compreensão e que os portadores dessa deficiência apresentam níveis cognitivos e comportamentais muito abaixo do seu grau de idade cronológica. Portanto, não necessariamente o autista terá deficiência intelectual. Pelo contrário, alguns possuem inteligência acima da média e são chamados de 'autistas de alto funcionamento'.

Então, há graus de autismo?

Sim, o de baixa, média e alta funcionalidade. No primeiro grau, o autista apresenta dificuldade de interação, faz movimentos repetitivos e tem alguma espécie de atraso mental. Já o autista de média funcionalidade encontra dificuldades na hora de se comunicar e aprender. Por fim, os de alta funcionalidade apresentam esses sintomas de forma mais leve e, assim, possuem mais condições de estudar, trabalhar e ter uma vida afetiva sem muitos empecilhos.

Quais são as causas do autismo?

Ainda não há definição pela ciência. Por enquanto, existem evidências de que, na maioria dos casos, ele está ligado a fatores genéticos. Outros cientistas apontam como causas infecções durante a gravidez e fatores ambientais como poluição.

Quais são os principais sintomas de uma criança autista?

Falta de contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação; pouca vontade de falar; ansiedade; inquietação exagerada; repetição de palavras que ouve; choro ininterrupto; agressividade; seletividade alimentar; dificuldade em aceitar novas rotinas, ficar em ambientes com barulho, atender a chamados e dormir.

Se é que se pode dizer isso, há alguma forma de prevenção?

Embora não haja uma forma comprovada, o ideal é que as mulheres grávidas evitem ambientes com muita poluição, exposição a produtos tóxicos, ingestão de bebida alcoólica, e procurem se vacinar contra rubéola para evitar infecções durante a gestação.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico e é realizado por meio do histórico do paciente e da análise do comportamento e relato dos pais. A grande maioria dos médicos valida essas informações tendo como base o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou a Classificação Internacional de Doenças (Cid) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De que forma é realizado o tratamento?

Por ser uma doença sem cura, o tratamento é feito por meio de uma equipe multidisciplinar composta de fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e pedagogos. Em linhas gerais, esses profissionais realizam um trabalho baseado em intervenções educativas, socioeducativas e reabilitativas, tendo como objetivo principal possibilitar ao autista o desempenho de suas atividades cotidianas sem muitas dificuldades. O tratamento pode envolver ainda medicamentos, em casos de agressividade ou depressão.