Um futuro mais tolerante às diferenças: dia internacional da Síndrome de Down

Crianças com síndrome de Down que estudam com colegas sem deficiência beneficia não só a si mesmas, mas também aos outros alunos da escola.

Um futuro mais tolerante às diferenças: dia internacional da Síndrome de Down


Texto: Jéssica Romanha - Foto: Jansen Lube

Ela brinca com os coleguinhas, corre, interage com os professores e presta atenção nos detalhes à sua volta. A pequena Alice Pereira Oliveira, de 4 anos, tem Síndrome de Down e participa das aulas regulares do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Raio de Sol, na Serra. No olhar dos amiguinhos em nada ela se difere. Alice é o símbolo de igualdade que o Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado no dia 21 de março, propõe.

A professora de Educação Especial Marcela Gama da Silva Gomide explica que quando as crianças crescem com as diferenças aprendem a respeita-las, se colocam no lugar do outro e não externam preconceitos. “Por isso, é muito importante que haja interação e troca de experiências desde cedo entre a criança especial com aqueles que não possuem deficiência”.

Ela conta que a todo o momento a creche trabalha para que a Alice se sinta incluída no processo de aprendizagem. “Ela recebe os mesmos carinhos e as mesmas cobranças que os demais amiguinhos”.

Para a diretora escolar Viviane Decoté Paneto Neves, crianças com síndrome de Down que estudam com colegas sem deficiência beneficia não só a si mesmas, mas também aos outros alunos da escola. “Crianças que convivem com quem tem a síndrome desde cedo desenvolvem atitudes positivas relacionadas à tolerância, além da grande chance de se tornarem adultos mais sensíveis ao outro”, ressaltou.

 

Quebra de preconceito

“Tive medo quando fiquei sabendo que a minha filha tinha Síndrome de Down. Não queria aceitar a ideia, por achar que ela seria uma menina agressiva, que iria morder, bater e xingar as pessoas em volta”, disse Robson Fernando da Silva Oliveira, pai da doce Alice.

Hoje, Robson vê sua caçula dançando, pulando e interagindo com os amiguinhos e se arrepende. “Eu morro por ela. Não quero escondê-la de ninguém e percebo como estava errado no meu pensamento”.

 

Mais do que um dever, um direito:

Para as crianças com Síndrome de Down, Público-Alvo da Educação Especial, o Município da Serra, por meio das determinações legais, garante o Direito delas serem incluída na Escola Comum e serem assistidas por todos (Diretor, Professores Regentes, Pedagogo, Coordenadores, etc.) que são responsáveis por esse processo de inclusão.

A legislação também prevê o apoio pedagógico da Educação Especial, em todos os níveis de Ensino, Educação Infantil, Ensino Fundamental I, II, e a Educação de Jovens e adultos, no qual é ofertado no contra turno a matrícula desses estudantes na própria ou na Unidade de Ensino mais próxima de sua residência que tenha Sala de Recursos Multifuncionais para Atendimento Especializado, com professores que possuem formação específica nas áreas da Educação Especial. 

Diante do processo de inclusão desses estudantes na Escola Comum a Secretaria de Educação da Serra também garante a atuação de professores especialistas em Educação Especial e estagiários de Pedagógica, os quais atuam na articulação pedagógica junto aos professores regentes.  

Atualmente na Rede de Ensino Municipal da Serra há 70 crianças com Síndrome de Down, sendo 15 matriculadas nos Centros de Educação Infantil e 55 nas Unidades de Ensino Fundamental. 

A subsecretária pedagógica da Sedu da Serra, Lêda Calente, orienta os pais de crianças com síndrome de down a matricular seus filhos desde a Educação Infantil. “Os estímulos que uma criança recebe nos primeiros anos de vida vão interferir diretamente na sua trajetória escolar e no seu desenvolvimento futuro”, explicou.