Secretária faz balanço dos investimentos na Serra e fala dos desafios
Secretaria de Planejamento Estratégico foi responsável pela organização do Serra em Números 2019 Perfil Socioeconômico, que foi lançado na semana passada
Texto: Samantha Dias
- Foto: Everton Nunes/Secom-PMS
Na última semana, a Prefeitura da Serra lançou o “Serra em Números 2019 Perfil Socioeconômico”, um amplo documento que apresenta grande variedade de indicadores e de dados socioeconômicos, ambientais e financeiros da Serra ao longo dos últimos sete anos (2013-2019), e que mostra a dinâmica econômica e populacional, a organização do território e a atuação da gestão pública municipal nesse período.
Você pode ter acesso a esse material histórico clicando aqui.
Responsável pela organização e publicação do Serra em Números 2019, que serve como fonte de informação e pesquisa para estudiosos e gestores, a secretária de Planejamento Estratégico (Seplae), Lauriete Caneva, aponta nessa entrevista os principais avanços e conquistas para a cidade da Serra nos últimos anos, as dificuldades a serem enfrentadas, além de falar também sobre os desafios para manter os níveis reconhecidos de transparência da gestão e aqueles impostos pela pandemia do coronavírus.
Confira:
1 - Qual a importância do Serra em Números?
É uma importante ferramenta de Planejamento Estratégico que traz grande variedade de indicadores e de dados socioeconômicos, ambientais e financeiros da Serra ao longo dos anos, que colabora com estudiosos e pesquisadores, orienta gestores na implantação de políticas públicas e baliza investidores na tomada de decisão. Por meio dele, é possível entender a dinâmica econômica e populacional, a organização do território e a atuação da gestão pública municipal.
2 - Na avaliação da gestão, quais foram os avanços mais significativos nos últimos anos na Serra?
Tivemos implantação e ampliação de vários projetos que refletiram em melhorias de muitos indicadores. Vou citar apenas alguns, como exemplo: redução da taxa de homicídio, que saiu de 105,3 mortes por 100 mil habitantes em 2008 para 36,1 em 2018; aumento de 37% nas vagas na educação infantil; aumento do índice de abastecimento das farmácias públicas de 87,5% em 2012 para 97,60% em 2018; atendimentos aos idosos, às crianças e aos adolescentes, aos moradores de rua e outros grupos em vulnerabilidade social.
Em relação à infraestrutura da cidade, houve muito investimento em obras de grande impacto, como a dragagem e reurbanização do Rio Jacaraípe; drenagem e pavimentação em ruas de 51 bairros; ampliação da cobertura da rede de tratamento de esgoto de 60% em 2015 para 87% em 2019. Além disso, foram feitos investimentos em iluminação pública, na expansão do Parque da Cidade e nas restaurações da Ruína de Queimado e da Igreja de Reis Magos.
Foram construídas quatro Emefs, 14 Cmeis, três Cras, 44 praças, ginásios, quadras e campos de futebol, uma pista de bicicross, 1.191 unidades habitacionais, dois Centros de Atenção Psicossocial, três unidades de saúde, a Upa de Castelândia, e o Hospital Materno Infantil, em finalização da obra.
3- Esta é a sexta edição do Serra em Números. Considerando o período que essa publicação abrange (2013-2019) em relação aos períodos das edições anteriores, quais as principais diferenças no âmbito de Brasil, Espírito Santo e Serra que influenciaram nas ações desenvolvidas e quais as principais diferenças em relação àquilo que foi feito?
Fazendo uma retrospectiva da Serra nesses 20 anos, observamos importantíssimos avanços sociais, econômicos e na infraestrutura urbana. No entanto, nos últimos oito anos, vivemos o desafio de atravessar uma crise econômica, com forte perda de arrecadação. Foi muito mais desafiador do que em períodos anteriores em que se administrou em momento de crescimento da economia. Com um modelo de gestão pautado na transparência, no controle de gasto e no planejamento arrojado foi possível realizar investimentos em grandes projetos, definindo prioridades e fazendo uma administração estratégica.
Com a arrecadação de 2018 menor que a de 10 anos atrás e uma população que cresceu 110 mil moradores, chegando a mais de 507 mil habitantes, ainda assim foi possível a realização de diversas obras estruturantes por meio de financiamentos e captação de recursos, permitindo, assim, direcionar os recursos próprios em serviços da saúde, educação, segurança, meio ambiente, assistência social e lazer, num cenário econômico adverso.
Promover o equilíbrio entre a garantia das políticas sociais para uma população tão grande e o desenvolvimento da cidade é um grande desafio. E o que fizemos foi atuar em todas as frentes.
4 - Quais são, na sua avaliação, os principais desafios para o município nos próximos anos?
Apesar de ter melhorado muito, a Serra ainda tem alguns desafios: continuar reduzindo a taxa de homicídio; incluir, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos na educação infantil até o final da vigência do Plano Nacional de Educação; fortalecer o tripé da saúde (consultas médicas, exames laboratoriais e medicamentos); universalizar o esgotamento sanitário até 2023; alcançar 100% de drenagem e pavimentação da cidade, entre outros desafios.
5 - A Controladoria Geral da União deu à Serra o título de cidade mais transparente do Brasil. Além de ser motivo de orgulho, esse título também pode ser considerado um desafio para a gestão?
Fazer gestão pública é um desafio constante. Transparência significa demonstrar onde e como os recursos estão sendo aplicados e se os resultados das ações e serviços estão atendendo aos anseios das pessoas que moram, que trabalham e que visitam a Serra. É um dos princípios norteadores da nossa gestão, e por isso estamos fortalecendo a cada dia nossos instrumentos de transparência e controle social.
Além do Portal da Transparência, temos o E-Sic, a Ouvidoria, os 33 Conselhos Municipais, o Orçamento Participativo e as audiências públicas que permitem a execução de políticas públicas com base nas sugestões do povo, a fiscalização e o acompanhamento das ações do governo pela população, no sentido de cada vez torná-las mais eficazes.
6– O mundo todo está passando por um período de crise, causada pelo coronavírus. Os reflexos e a duração dessa crise ainda são preocupações dos gestores. Qual a expectativa do município para o período pós-pandemia?
A nossa missão no momento é trabalhar incansavelmente para salvar vidas. Estamos focados no acolhimento e no atendimento às pessoas em vulnerabilidade social afetadas pela pandemia, em ações de saúde para o tratamento dos pacientes e em ações de combate ao coronavírus. Assim que passar tudo isso, temos que avaliar cuidadosamente, planejar a retomada e agir para voltar a impulsionar o desenvolvimento sustentável da cidade. Importante será articular com o Governo do Estado e com o Governo Federal sobre os incentivos para a retomada da atividade econômica e para geração de emprego e renda.