IPS orienta segurados e população sobre prevenção ao suicídio
Confira as perguntas e respostas sobre o tema

Texto: Daniel Vargas
- Foto: IPS/Divulgação
Neste mês é realizado o movimento Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio. De acordo com informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, no ano passado, 16.262 pessoas tiraram as próprias vidas no País. E, em nível local, a realidade também é preocupante.
O Espírito Santo alcançou uma taxa de 8,8 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes e viu crescer seu número de vítimas em 21,7%, de 2021 para 2022. Trata-se de uma taxa maior e quase o dobro da variação nacional em porcentagem.
Para buscar mudar esse quadro, o Instituto de Previdência dos Servidores da Serra (IPS) preparou um material visando à valorização da vida. Ele é fruto de uma parceria entre a médica perita Raquel Pires de Mesquita e o Departamento de Previdência (Deprev).
Leia e compartilhe com o máximo de pessoas que puder. E, como diz a campanha Setembro Amarelo deste ano, “se precisar, peça ajuda!”.
Quais são as principais causas de suicídio?
Depressão; problemas amorosos ou familiares; uso de drogas ou alcoolismo; bullying; traumas emocionais; diagnóstico de doenças; Síndrome de Burnout e esquizofrenia.
De que forma a depressão pode levar uma pessoa a tirar a própria vida?
Quando a depressão se encontra em quadro grave e não há um tratamento, ela pode provocar sentimentos como culpa, perda de valor e tristeza intensos.
E os problemas amorosos ou familiares, qual o peso que podem ter na mente das pessoas?
Eles podem inibir ou não dar abertura para que o indivíduo expresse suas emoções, fazendo com que não se sinta amado ou compreendido, o que pode gerar forte angústia e reações impulsivas.
Como o álcool e as drogas podem interferir nesse processo?
Essas substâncias afetam o comportamento, diminuem significativamente ou mesmo retiram a capacidade de julgamento do indivíduo.
Sem capacidade de julgamento, pode, inclusive, se sentir à vontade para praticar bullying?
Sim. O bullying ocorre quando uma pessoa é assediada ou intimidada intencionalmente e repetidamente por meio de palavras, mensagens e atitudes. Apesar de muitos verem a prática como uma brincadeira, ele pode causar sofrimento emocional intenso à vítima. Portanto, o bullying precisa não só ser evitado como combatido.
Quais são os outros tipos de situações que podem desencadear grande sofrimento psíquico?
Traumas emocionais, devido a situações de estresse intenso, como nos casos de violência física ou acidentes; diagnóstico de doenças graves, como câncer e HIV; a Síndrome de Burnout, que é o excesso de estresse causado pelo trabalho, que pode provocar sintomas como sensação de fracasso e desgaste emocional; e a esquizofrenia, que é um transtorno psiquiátrico causador de alucinações, delírios e confusão mental.
Como identifico se eu ou pessoa próxima "está no fundo do poço" e como posso colaborar para mudar o quadro?
É preciso estar atento a mudanças repentinas de comportamento e ao uso de frases como “eu não aguento mais”, “eu preferiria estar morto” ou “os outros serão mais felizes sem mim”. As principais recomendações são buscar a ajuda de um profissional de saúde, como um psicólogo ou psiquiatra, para avaliar os sinais e sintomas apresentados e indicar o tratamento mais adequado, e manter o contato com a família e amigos, para fortalecer as relações e aumentar a percepção de apoio.
Além dessas orientações, há um número de telefone no qual se pode pedir ajuda?
Sim. É o 188, do Centro de Valorização da Vida (CVV). É um serviço gratuito e voluntário que funciona 24 horas por dia e tem como objetivo realizar apoio emocional e prevenir o suicídio. Por meio do site do CVV (https://www.cvv.org.br/), é possível ainda conversar por chat, e-mail e encontrar o endereço de um posto de atendimento mais próximo no seu estado.