Dia Mundial do Câncer: uma história real de superação do câncer de mama
Hoje, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial do Câncer
Texto: Munik Vieira
- Foto: Everton Nunes/Secom-PMS
“Eu costumo chorar, mas não é de tristeza”. É assim que Eliene Porto, de 52 anos, define, com os olhos marejados, a sua luta contra o câncer de mama. Ao descobrir a doença, em janeiro de 2012, Eliene estava com depressão, vivendo uma vida sedentária e trabalhando em excesso.
Gerenciando uma rede de lojas e morando em Laranjeiras, Eliene percebeu um nódulo no seio esquerdo e procurou a Unidade de Saúde de Parque Residencial Laranjeiras. A Prefeitura da Serra, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), a encaminhou para tratamento na rede estadual. A notícia que ela e toda a família receberam foi devastadora.
“No momento que eu soube, o meu mundo parou. Foi como se tivessem aberto um buraco no chão e eu tivesse caído. Meu marido trabalhava fora, minha única filha na época era adolescente, minha família estava afastada e foi como se eu tivesse morrido ali”, disse.
Eliene teve que ser forte pelas pessoas que estavam ao seu redor, e afirmou que não tinha medo de morrer. O seu maior medo, na verdade, era de perder a vaidade. “É lógico que, mesmo tentando, a gente não consegue ser forte o tempo todo. Na época, eu não tive medo de morrer. O meu maior medo era de ficar feia, sem cabelo, sem o seio, sem a minha vaidade”.
Mesmo com o temor, ela, que hoje é empresária, enfrentou a situação de cabeça erguida. Retirou toda a mama esquerda, perdeu todo o cabelo com a quimioterapia e destacou que, nesse dia, foi o momento em que mais sofreu. “Quando o meu cabelo caiu, eu também caí. Depois do diagnóstico da doença, foi o dia que mais sofri na vida. Para se ter uma noção, eu não conseguia nem ver propaganda de shampoo”.
Foi apenas em 2019 que Elaine finalmente venceu a longa batalha contra o câncer de mama. Ela agradece a Deus, com os olhos cheios d’água, pois está viva para contar a sua história, e afirma que entende os propósitos de Deus para com a sua vida. “Hoje eu entendo coisas que não entendia antes. O câncer é uma doença da alma, é a angústia potencializada dentro da gente. Hoje eu percebi que a nossa vida vai muito além do que um cabelo bonito. O câncer me tornou a mulher que sou. Eu precisava do amor da minha família. Tudo isso foi importante”.
Dia Mundial do Câncer
O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Criada em 2000, por meio da Carta de Paris contra o câncer, a data tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer, evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.
Como funciona o encaminhamento de pacientes com suspeita de câncer para a rede estadual de saúde
O primeiro passo é procurar a unidade de saúde. O médico, em caso de suspeita, solicita exames (biópsia). Alguns deles são feitos no município e outros são solicitadas ao Estado.
Caso confirmada a doença, o paciente é encaminhado ao oncologista. A marcação da consulta com esse especialista é feita via Regulação Estadual.