IPS orienta segurados e população sobre doença celíaca

Conheça os sintomas e formas de controle da enfermidade

IPS orienta segurados e população sobre doença celíaca


Texto: Daniel Nogueira Vargas - Foto: iStock

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil (Fenacelbra), aproximadamente dois milhões de brasileiros têm doença celíaca e a grande maioria (cerca de 80%) ainda não foi diagnosticada.
Os dados são preocupantes, uma vez que, sem o diagnóstico, a enfermidade não consegue ser tratada e pode causar sérios problemas de saúde.
Pensando nisso, o Instituto de Previdência dos Servidores da Serra (IPS) preparou um material de conscientização sobre o tema. Ele foi produzido por meio de uma parceria entre a médica perita Raquel Pires de Mesquita e o Departamento de Benefícios. Confira e compartilhe!

Mas, afinal, o que é doença celíaca?
É uma enfermidade autoimune que faz com que o corpo reaja de forma negativa, após o consumo de uma proteína bem conhecida pelos brasileiros chamada glúten.

O que seria essa reação negativa no organismo?
Quando alguém, por exemplo, come um alimento com glúten, como pão ou biscoito, o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo de vírus e bactérias, passa a atacar, por engano, o intestino delgado, responsável por absorver os nutrientes dos alimentos.

A doença celíaca seria, então, uma intolerância a glúten?
Não. A diferença está na resposta do corpo ao glúten. A intolerância ou sensibilidade ao glúten não celíaca causa sintomas que não desencadeiam resposta autoimune nem danificam o intestino. Por serem diferentes, o tratamento também é diverso. Enquanto a doença celíaca exige dieta rigorosa sem glúten para o resto da vida, a intolerância requer dieta para aliviar sintomas, ou seja, não se trata de uma necessidade vital.

Quais são os sintomas da doença celíaca?
Podem variar de pessoa para pessoa e nem sempre são claros. Os mais comuns são: diarreia ou intestino preso; inchaço e dor abdominal; gases em excesso; perda de peso sem explicação; cansaço frequente; anemia; dores nos ossos e articulações; atraso no crescimento, em crianças; e problemas na pele, como dermatite herpetiforme. Também pode ocorrer mau-humor, irritabilidade, depressão e ansiedade.

Como é feito o diagnóstico?
Por meio de exames de sangue específicos e, em alguns casos, através de endoscopia com biópsia do intestino delgado. É importante lembrar que a pessoa deve continuar comendo alimentos com glúten até fazer todos os exames. Do contrário, os resultados podem se mostrar normais e não serem de fato.

Qual médico devo buscar?
O ideal é um gastroenterologista e um nutricionista com experiência em doença celíaca. Dependendo da situação, outros profissionais podem colaborar, como: endocrinologista (se houver problemas hormonais, osteoporose ou crescimento lento, em crianças); dermatologista (quando a enfermidade se manifestar na pele); e psicólogo/psiquiatra (caso haja ansiedade, depressão ou dificuldades para lidar com as mudanças na alimentação).

Por que é importante levar o tratamento a sério?
Para não ter complicações graves a longo prazo, como: osteoporose; infertilidade; problemas neurológicos e maior risco de alguns tipos de câncer. Por isso, a recomendação é cortar 100% do glúten, evitando, até mesmo, pequenas quantidades ou contaminação cruzada. Um exemplo desse tipo de contaminação seria fritar batata em óleo usado para empanar alimento com farinha de trigo.

Quais são os alimentos proibidos para celíacos?
Há dois grupos: os que contêm glúten naturalmente e os derivados ou de alto risco. Entre os primeiros, estão o trigo, a cevada, o centeio e a aveia comum. Já no segundo grupo, devem ser eliminados da dieta: pães; bolos; biscoitos; massas comuns; cerveja tradicional; molhos prontos, como de soja e inglês; caldos de carne/galinha industrializados; misturas prontas de bolo ou farofa; embutidos (salsicha, presunto e mortadela); doces industrializados (barras, chocolates recheados e balas); empanados, nuggets ou hambúrgueres prontos (por causa da farinha).

E quais os alimentos permitidos?
Aqueles naturais e sem glúten, como: arroz (branco, integral ou parboilizado); derivados de milho (fubá, canjica, polenta, amido de milho/maizena); batata inglesa, doce ou baroa; mandioca (conhecida também como aipim ou macaxeira); feijão; lentilha; ervilha; grão-de-bico; carnes, peixes e ovos (sem empanar ou molhos prontos); frutas frescas; verduras e legumes; castanhas; nozes ou amêndoas sem temperos; leite e derivados (como queijo, manteiga e iogurte natural).

Pode-se consumir ainda produtos industrializados sem glúten. Para isso, é essencial verificar a composição no rótulo. São eles: pão, macarrão e bolos sem glúten; farinha de arroz; fécula de batata; polvilho (doce e azedo); farinha de grão-de-bico; biscoitos e petiscos rotulados como “sem glúten”; misturas para bolo sem glúten e cerveja sem glúten (algumas marcas específicas).