IPS orienta sobre Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tag)
Confira as perguntas e respostas sobre o tema.
Texto: Daniel Vargas
- Foto: Divulgação-IPS/PMS
A ansiedade é uma reação do corpo humano que busca proteger o indivíduo, criando um estado de alerta para que tome ações rápidas e salve sua vida. Nesse sentido, essa que é tida por muitos como o mal do século também tem seu lado bom, quando bem administrada. Isso porque, ao mesmo tempo que surge em situações de vulnerabilidade no trabalho, relações sociais ou compromissos, ajuda a impulsionar medidas em prol de objetivos de forma otimizada. Daí, é normal que o coração fique acelerado, a respiração em um ritmo mais intenso, vir aquela sensação de alerta constante.
Contudo, de acordo com o ambiente e a capacidade emocional em lidar com as situações, esses sintomas podem se agravar. Com preocupações e expectativas excessivas, muitas vezes, sem motivos reais, o indivíduo se vê paralisado pelo medo, tensão extrema e sensação de impotência. Nesse momento, o que era proteção torna-se Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tag).
E é para alertar e orientar os segurados para uma melhor qualidade de vida que o IPS preparou um material com perguntas e respostas sobre o tema. Ele é fruto de uma parceria entre a médica perita Raquel Pires de Mesquita e o Departamento de Previdência (Deprev). Leia e compartilhe com o máximo de pessoas que puder.
É grande o número de indivíduos com esse transtorno?
Sim, o Tag está entre os dez motivos mais comuns de consultas médicas e atinge cerca de 264 milhões de pessoas no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil, já em 2015, possuía 11,5 milhões de indivíduos com sintomas de ansiedade e 18,6 milhões com transtorno. Números alarmantes que colocam o Brasil como líder do ranking de países mais ansiosos, isso sem considerar os impactos recentes da pandemia de coronavírus na saúde mental da população.
Quais são os principais sintomas do Tag?
Dificuldade em parar de se preocupar; foco da atenção sempre no problema, que é irreal ou muito menor do que o visualizado; reações exageradas e à flor da pele; cansaço físico e mental extremos e problemas relacionados ao sono. Esses sintomas podem vir acompanhados de reações físicas como: tensão muscular; dor de cabeça; sudorese; taquicardia; dor torácica; problemas de concentração e memória; inquietação e sustos frequentes.
Estou tendo esses sintomas. Será que estou com a doença?
Qualquer um pode passar por períodos em que apresente esses sintomas, mas, para ser considerada ansiedade generalizada, eles devem persistir por, no mínimo, quatro ou seis meses.
Como é feito o diagnóstico?
Ele é clínico e realizado pelo psiquiatra. Esse profissional observará pontos pertinentes conforme o histórico do paciente e, em caso afirmativo para a doença, conduzirá o melhor tratamento de acordo com o grau do transtorno.
De que forma é realizado o tratamento?
Com a combinação de medicamentos e psicoterapia. A medicação ajudará o paciente a sair do estado de inércia e, pouco a pouco, retornar às atividades normais. Já a psicoterapia, na maioria dos casos a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), auxiliará o indivíduo a se observar melhor e a mudar tanto pensamentos quanto atitudes, fazendo com que seus gatilhos de ansiedade sejam substituídos e que tenha, assim, controle sobre eles.
Há outras atitudes que podem colaborar no controle da ansiedade?
Sim. Atividades físicas; exercícios de mindfulness (atenção plena); fazer lista dos afazeres diários; procurar realizar uma tarefa de cada vez; investir na higiene do sono (como, por exemplo, reduzir o consumo de alimentos pesados à noite); e, claro, procurar ajuda sempre que achar que não dará conta de algo ou de si mesmo.